O QUE É?
A Disortografia é uma incapacidade específica de aprendizagem caracterizada por dificuldades em escrever sem erros ortográficos.
Esta dificuldade acontece, com elevada frequência, em crianças com dislexia, por esse motivo, torna-se difícil identificá-la e não é considerada um transtorno e sim uma perturbação. Tal perturbação dificulta a escrita correta da criança. A palavra disortografia é derivada da palavra “dis” que significa desvio, “Orth” que significa correto e “graphos” que significa escrita, sobretudo, a dificuldade em escrever corretamente.
Como conversamos nos artigos anteriores, a dislexia tem origem neurológica, com sintoma principalmente no aspecto da aprendizagem. Sua maior característica é a dificuldade fluente na leitura, contudo, torna o indivíduo menos capaz com a ortografia. Ou seja, surgem dificuldades de compreensão ao ler, o que impede se não tratada, o desenvolvimento geral do vocabulário.
Por outro lado, a disortografia apresenta fenômenos como, à dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem e transtorno na hora de escrever um texto. Apresenta uma escrita com omissões de letras, alternância de palavras e desordem na estrutura da frase. Além disso, a criança pode aglutinar palavras.
A disortografia tem com causa suspeita a aprendizagem incorreta da leitura, bem como da escrita no início da fase de aprendizado. Em contrapartida, pode originar-se da insegurança ao escrever. Portanto, a deficiência das normas gramaticais leva assim, aos erros ortográficos.
Embora a disortografia seja real, muitos estudiosos a relaciona como uma aparente sequela provocada pela dislexia. No mais, uma Perturbação da Aprendizagem Específica com Déficit na Expressão Escrita, cuja função, afeta diretamente a ortografia.
SINTOMAS
Os sintomas mais frequentes da disortografia estão relacionados a alguns fatores do mecanismo da leitura e da escrita, além da escrita ortográfica com erros, há erros na precisão gramatical, na pontuação e na clareza ao organizar frases e expressão ao escrever. Há dificuldade em executar processos cognitivos subjacentes de acordo com a preparação e composição de textos. Por apresentar extrema dificuldade em organizar expressamente os pensamentos correlativos à regra gramatical, muitas vezes, o indivíduo não consegue clareza ao colocar na escrita suas ideias.
A fim de facilitar a compreensão, confira abaixo, alguns sintomas de maneira mais detalhada:
1. Incorreções ortográficas diversas
• Adição de silabas ou letras. (come por comere).
• Substituição de letras com semelhança de som. (verdade por ferdade)
• Substituição com semelhança de formas. (bala por pala).
• Inversão de silabas ou letras. (branco por barnco)
• Omissão de silabas ou letras. (branco por braco)
• Regras da gramática aplicadas de forma errada. (forneceram por fornecerão).
• Erros ortográficos gerais muito persistentes (x/ch; j/g; s/z; s/ss/sc entre outros).
2. Dificuldade em organizar as ideias
As crianças com disortografia ao explicar uma regra gramatical isolada muitas vezes, até a fazem com precisão. Mas, ao fazerem a aplicação acabam cometendo erros na precisão gramatical.
3. Dificuldade em organizar as ideias
Esta é mais uma das características forte de disortografia, pois a criança tem dificuldade em produzir um texto escrito. Geralmente, produz textos sem muita sequência lógica com ideias bagunçadas.
4. Dificuldade de pontuação
Os textos apresentam pouca ou nenhuma pontuação. Há certos casos de textos feitos com a utilização de diferentes sinais de pontuação, mas isso em indivíduos mais velhos.
TRATAMENTO
A criança com disortografia deve ser avaliada por especialistas em dificuldades e transtornos de aprendizagem, ou seja, psicopedagogo, fonoaudiólogo e neuropsicólogo. É importante que pais e professores conversem sobre o assunto e em comum acordo procurem tais especialistas.
Com a hipótese diagnóstica/diagnóstico sendo descrito deve-se tomar partido do tratamento que consiste na reeducação, além de treinamento frequente das funções/competências.
O sucesso do tratamento depende de uma avaliação bem feita, por um profissional competente e os resultados serão melhores iniciando a intervenção/reabilitação o mais cedo possível.