Terminando nosso assunto sobre a Dislexia, como prometido, trarei algumas orientações para as adequações e acomodações curriculares, que podem favorecer a melhoria de desempenho acadêmico dos escolares com dislexia.
Orientações quanto às avaliações e provas
- Enunciados claros, diretivos e sem dupla interpretação. As perguntas devem ser objetivas.
- As avaliações orais são preferenciais, porém, caso haja necessidade de avaliações escritas, as mesmas devem ser reduzidas em números de questões, bem como os testes devem ser de múltipla escolha.
- O uso de imagens favorece a compreensão, assim, provas práticas ou em laboratórios favorecerão as respostas.
- Ao corrigir avaliações teóricas, deve-se considerar que os indivíduos disléxicos comentem erros por dificuldades de compreensão, por isto é indicado um processo de avaliação continuo, cuja nota seja composta por uma somatória de avaliações (teórica, prática, pesquisa…).
- Respeitar o tempo diferenciado de interpretação e compreensão nas avaliações. O indivíduo disléxico tem direito a um tempo maior para a realização das avaliações garantido por lei – LDB 9.394/1996, art. 12 (inciso V) e art. 13 (incisos III e IV).
Orientações quanto ao manejo em sala de aula
- Trabalhar atividades que desenvolvam as habilidades fonológicas como: rima e aliteração, consciência de palavras, consciência silábica e consciência fonêmica.
- Dar a entender ao escolar que conhece o seu problema e fará de tudo para ajudá-lo.
- Colocar o aluno com dificuldade sentado próximo à mesa do professor para que, assim, possa prestar mais ajuda, quando necessário.
- Incentivar o aluno a realizar perguntas e participar das aulas.
- Permita o uso de gravadores para melhor acompanhamento o organização posterior do conteúdo da aula.
- Certificar-se de que o aluno compreendeu o material escrito recebido.
- Valorizar o conteúdo e a forma escrita de seus trabalhos.
- Não apressar o escolar para terminar as suas atividades de sala de aula, o aluno com dificuldade demora mais para executá-las.
- Destacar os aspectos positivos de seu trabalho escolar.
- Reforçar seus progressos de acordo com suas capacidades e esforço e, não de acordo com o desempenho do grupo-classe.
- Permitir o uso de dicionários para a correção de seus erros ortográficos.
- Aumentar o limite de tempo para execução de tarefas de sala de aula.
- Ensinar o aluno com dificuldades a realizar esquemas que sintetizem o conteúdo explicado.
- Selecionar um parceiro de estudos para o aluno com dificuldades para ajudá-lo com tarefas de conteúdos mais difíceis.
- Oferecer instrução tanto oralmente quanto por escrito.
- Reformular questões da prova ou teste em uma linguagem mais simples, se necessário.
- Corrigir todos os erros ortográficos, explicando onde está o erro, e não solicitar que faça algo novamente por estar malfeito ou com a letra feia.
- Permitir o uso de fichas ou esboços preparados para a pré-leitura, organização e revisão do material do texto.
- Sublinhar ou destacar a parte do texto mais importante para sua compreensão.
- Realizar atividades de leitura oral e escrita através de ditados, levando em consideração que tais atividades serão executadas pelo escolar, de forma lenta, devido a sua dificuldade.
- Ofereça esquemas impressos ou mapas mentais com o conteúdo principal das aulas teóricas e/ou práticas, pois isto funcionará como um organizador do conteúdo.
- Quando utilizar textos ou lousa, utilize organizadores por cores para destacar as ideias principais do conteúdo.
- Coloque um aluno leitor ou tutor para monitorar e ajudar o aluno disléxico a gerenciar o conteúdo de sala de aula.
- Ao final de cada aula, utilizar lista numerada com os aspectos mais importantes do conteúdo trabalhado em sala de aula.
- Fornecer sempre um resumo do conteúdo ministrado em sala de aula.
- Encaminhar o aluno para acompanhamento pedagógico, reforço escolar.
Orientações para a família
- Conversar com a criança, explicando que entende o seu problema e fará de tudo para ajudá-la.
- Encorajar o crescimento social do seu filho, convidando amigos da sala de aula para estudarem juntos.
- Checar o caderno de anotações dos deveres junto com a criança.
- Registrar as datas de entrega de trabalho em um calendário.
- Organizar o caderno do filho com partes e divisões coloridas.
- Incentivar a realização de anotações de receitas, palestras, filmes, livros, etc.
- Ensinar o filho a escrever e revisar seu próprio texto.
- Reservar um tempo adicional para estudar com o filho as matérias que ele possui mais dificuldade.
- Recompensar seu filho por tarefas cumpridas.
Os profissionais da área de Saúde e Educação devem seguir condutas que favoreçam o desenvolvimento do escolar com dislexia, de forma plena e satisfatória de forma a:
- Compartilhar estratégias terapêuticas com outros profissionais, como os professores e outros.
- Auxiliar na elaboração e planejamento dos Programas de Ensino Individualizados.
- Orientar professores quanto a aspectos da fala, linguagem, audição e cognição.
- Oferecer aos pais e professores a descrição dos objetivos e metas terapêuticas.
- Verificar a eficácia terapêutica.
- Realizar seguimento e monitoramento terapêutico e educacional para escolares em alta.
Fonte: Compreendendo os Transtornos Específicos de Aprendizagem Volume 4 – Compreendendo a Dislexia (Bianca dos Santos/Simone Aparecida Capelini)
RITA BUCIOLI
Neuropsicopedagoga
Consultório em São Joaquim da Barra e Orlândia
@psicopedagogarita.bucioli
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