O início do ano geralmente é caracterizado por uma queda nas vendas até a época do carnaval, que acontece após o aumento do faturamento ocorrido no final do ano anterior. Por este motivo, caso não haja atenção ao planejamento financeiro, o negócio pode enfrentar sérios desafios para seguir em frente. Quem faz o alerta é Ricardo Sonoda, diretor financeiro da iZettle, fintech sueca com atuação no Brasil e em mais 11 países na área de serviços financeiros e soluções de pagamento.
De acordo com Sonoda, é preciso que o empreendedor cuide da manutenção do capital de giro, que consiste na reserva necessária para dar conta de despesas como manter os estoques e pagar fornecedores. O especialista dá cinco dicas de como iniciar o ano com um capital de giro saudável.
1) Encare 2018 com planejamento
O fundamento principal para manter o negócio funcionando consiste no planejamento financeiro. O último trimestre de um ano costuma gerar um incremento no fluxo de entrada de capital por conta do Dia das Crianças e do Natal, enquanto os primeiros meses marcam um aumento no fluxo de saída, devido aos pagamentos do 13º salário dos funcionários, impostos e gastos pessoais adicionais do período. “Será mais fácil o planejamento caso já tenha havido uma preparação antecipada para este fluxo invertido de entradas e saídas. Uma grande empresa tem um setor de contabilidade que faz esse planejamento. Já o pequeno empreendedor precisa estar mais atento e buscar ajuda das ferramentas digitais gratuitas disponíveis no mercado”, alerta.
Segundo Sonoda, o ideal é que os gastos no final do ano tenham sido reduzidos para se preparar para o período seguinte. “É importante ter reservas para um fluxo mais positivo até o final do ano”, aconselha.
2) Faça uma liquidação
Mas e se o planejamento não foi feito com antecedência? De acordo com Sonoda, ainda há esperança. É importante agir com calma e tomar algumas medidas para garantir o capital de giro, como se desfazer de ativos e cortar gastos. “No caso do microempreendedor, sacrifícios como vender um carro e rever fornecedores podem ser necessários”, afirma.
Uma opção comum para garantir o capital de giro no início do ano é promover uma liquidação do estoque de produtos. “É a hora certa de planejar promoções mais agressivas e com real potencial para trazer mais liquidez para o negócio. Não é à toa que muitas lojas fazem liquidações logo após o Natal”, explica.
3) Não confunda contas pessoais com fluxo de caixa
Segundo o especialista, é muito usual que donos de pequenos negócios tenham dificuldade de separar com clareza o capital de giro da empresa de suas contas pessoais, o que dificulta o planejamento financeiro e até ameaça a sobrevivência do negócio.
Outro erro comum é confundir o capital de giro com o fluxo de caixa. Enquanto o primeiro considera todas as disponibilidades no caixa e no estoque que permitem a continuidade do negócio, o fluxo de caixa é relacionado ao faturamento e aos gastos. “É possível ter um fluxo de caixa negativo com capital de giro positivo em um determinado período. Porém, o saudável é que ambos sejam positivos”, afirma.
4) Conheça o seu negócio
De acordo com o especialista, é preciso entender o fluxo natural de vendas dos seus produtos e serviços para efetuar o planejamento do capital de giro com mais eficiência. Em alguns setores, elas podem ser sazonais, como no caso das vendas de sorvetes no verão e sopas no inverno.
Além disso, muitas vezes os fornecedores vendem os produtos à empresa por meio de um número de parcelas que é menor do que o que é oferecido aos clientes do negócio. “Nesse caso, será necessário um capital de giro maior para haver condições de manter o estoque sempre cheio”, lembra. Outra questão ainda se trata da prevenção à inadimplência, quando um pagamento que era esperado não entra para a conta do capital de giro. “Uma das formas de se prevenir é ter a preferência por meios de pagamentos mais seguros como o cartão de crédito”, afirma.
5) Utilize ferramentas digitais
Por fim, com o avanço da tecnologia, empresas oferecem aplicativos gratuitos que permitem a organização dos estoques dos pequenos negócios, registro de vendas e emissão de relatórios. De acordo com o especialista, ainda é possível encontrar soluções financeiras que ofereçam alternativas à liquidez de longo prazo. “É interessante, no caso das vendas com o cartão, optar pelas credenciadoras que oferecem antecipação do recebimento do dinheiro das vendas a prazo sem cobrar taxas adicionais por isso. A tecnologia é uma importante aliada e pode auxiliar o pequeno empreendedor a fazer a gestão do capital de giro com mais eficiência”, aconselha Sonoda.
Sobre a iZettle
A iZettle é a empresa que está reinventando soluções de pagamentos e serviços financeiros. Fundada em Estocolmo, em 2010, por Jacob de Geer e Magnus Nilsson, a fintech opera no Brasil desde 2013 e também ajuda a impulsionar micro e pequenos negócios em outros 11 países: Suécia, Finlândia, Dinamarca, Noruega, Reino Unido, Alemanha, Espanha, México, Holanda, França e Itália.
A iZettle está em 26º lugar entre as 1000 fintechs mais inovadoras do mundo, segundo ranking da consultoria KPMG, e em 21º lugar entre as 1.000 empresas que mais crescem na Europa, de acordo com ranking de 2017 do jornal Financial Times. Nos últimos dois anos, foi finalista no Brasil do prêmio ÉPOCA ReclameAQUI — As melhores empresas para o consumidor, na categoria de Meios de Pagamentos Eletrônicos.