Naquele ano, o hospital de Sales Oliveira recebeu R$ 85 mil do Governo Federal para ser gasto com medicamentos e materiais de consumo, mas desviou parte dos recursos para cobrir sua folha de pagamentos, porque enfrentava dificuldades financeiras naquele momento. Do total de R$ 85 mil recebidos, R$ 33.854,42 foram gastos em medicamentos, e R$ 51.145.58 foram usados para pagamento de funcionários.
Quando as contas do hospital foram submetidas à análise do Tribunal de Contas, foram aprovados apenas os gastos com medicamentos. Aquele órgão rejeitou os gastos com a folha de pagamentos e solicitou a devolução do valor aos cofres da União, o que não ocorreu.
Nos últimos vinte anos, o hospital vem recorrendo judicialmente dessa decisão, enquanto o montante a ser devolvido vem sendo sobretaxado com juros e correção monetária. Atualmente essa dívida gira em torno de R$ 430 mil.
O Hospital Santa Rita é uma entidade filantrópica autônoma, mas que não se sustenta sem os repasses que recebe da Prefeitura Municipal . O município destina atualmente cerca de R$ 250 mil ao mês ao hospital, utilizados para pagamento de funcionários, de médicos plantonistas e dos médicos que fazem cobertura no hospital, e também para aquisição de medicamentos e demais itens necessários à manutenção do prédio. O Pronto Socorro Municipal funciona anexo ao hospital. Os recursos repassados mensalmente pelo município são depositados nessas contas do hospital, ora bloqueadas.
O presidente do Hospital Santa Rita, da época, também teve suas contas bloqueadas judicialmente.
O atual diretor do Hospital Santa Rita, Manoel Luro Costa, disse que o departamento jurídico daquela entidade está recorrendo mais uma vez, mas admite que a situação é grave.