O município de Batatais promete realizar nesse sábado, 1º de abril, uma das maiores manifestações populares de sua história. Centenas de pessoas estão se organizando contra a venda do Horto Florestal, proposta pelo Governo do Estado de São Paulo. Já no primeiro ato público, que ocorreu no dia 25 de março, cerca de 500 pessoas, principalmente ciclistas, estiveram participando.
Nas igrejas, na Câmara Municipal e em várias entidades, além da convocação para sábado, várias listas com abaixo assinados estão sendo preenchidas, demonstrando a indignação dos batataenses com a possibilidade de reduzir ou até acabar com a nossa Floresta Estadual.
A grande manifestação do 1º de abril, terá início às 14 horas, nas margens da Rodovia Cândido Portinari, prometendo parar por alguns momentos o trânsito naquele local. A defesa da biodiversidade, das nascentes, do clima na cidade e região, da manutenção do patrimônio público são algumas das colocações realizadas pelos organizadores.
O Horto Florestal de Batatais foi criado por meio do Decreto-Lei número 13.498, de 4 de agosto de 1943, do então governador Fernando Costa. No documento a área ficava declarada de utilidade pública. Inclusive a Prefeitura de Batatais colaborou na época com Cr$ 60.000 (sessenta mil cruzeiros), revelando a contribuição dos habitantes da cidade para a efetivação da referida desapropriação e a criação oficial do Horto Florestal.
Posicionamento do Estado
Sem verba, o governo de São Paulo publicou chamada pública de concessão de uso ou aquisição de áreas no Diário Oficial do estado. Com a negociação das unidades, o governo tem como objetivo angariar recursos para enfrentar a crise financeira e fazer caixa. Pesquisadores e ativistas repudiam a medida. Junto a outras 33 áreas de florestas e de produção de madeira, o Horto Florestal de Batatais pode ser comercializado ainda em 2017. De acordo com publicação no Diário Oficial do Estado do dia 17 de janeiro, foi aberto o chamamento público. Criadas originalmente para pesquisa e produção de madeireira de espécies de eucalipto e pinus, assim como árvores nativas, o custo de manutenção é maior do que o ganho obtido com a venda de madeira. Em 2016, os custos foram em torno de R$ 58 milhões, mas o retorno não chegou a R$ 10 milhões. Caso as 34 áreas sejam vendidas, a expectativa é receber R$ 700 milhões.