[ad id=”92272″]
A estiagem prolongada que atinge a região de Ribeirão Preto (SP) pode provocar uma nova crise hídrica ainda pior que a do ano passado. O alerta é do diretor do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), Carlos Eduardo Alencastre, ao afirmar que municípios que se abastecem de águas superficiais, como rios e represas, terão novos racionamentos caso não volte a chover em até 15 dias.
“Nós entramos em um ano de 2015 muito aquém das necessidades e não houve uma recuperação durante o ano. Estamos em um ano ainda pior que o ano passado”, afirmou.
Em Ribeirão, a última precipitação foi em 26 de julho, quando choveu apenas um milímetro – encerrando um mês no qual o índice de chuva ainda ficou acima da média: 28 milímetros frente a 24,5 milímetros considerados normais. Desde então, a sensação de seca só aumentou.
De acordo com agrometeorologista Glauco Cortez, agosto é tipicamente o mês mais seco do calendário. Nos últimos cinco anos, isso não só se comprovou como houve uma redução drástica na quantidade de chuvas no período.
“O valor normal gira em torno de 20 a 25 milímetros. Só que nos últimos cinco anos não choveu nem dois milímetros no mês de agosto. E isso ano após ano acaba refletindo numa escassez muito maior”, explicou.
Segundo ele, a estiagem deve continuar até setembro. Somente a partir de então, a situação começa a se estabilizar, alcançando índices de 80 milímetros. Até lá, adverte Cortez, a população terá que lidar com a baixa umidade relativa e a falta de água em algumas cidades que não conseguem captar do subsolo.
Agrometereorologista afirma que chuva deve voltar a cair apenas em setembro (Foto: Reprodução/EPTV)
Racionamento
Municípios como Franca (SP), Morro Agudo (SP), Cristais Paulista (SP) e Orlândia (SP) estão entre os que devem apresentar crise de abastecimento, explicou Alencastre. Nestes locais, a captação é feita em rios ou represas, que, com a estiagem, já começaram a apresentar níveis baixos.
“São cidades de altitude que se abastecem com águas superficiais. Se não houver chuvas rapidamente nas próximas semanas, acredito que muitas cidades entrarão em sistema de alerta. Este ano tivemos chuva, mas não o suficiente para recuperar o estresse hídrico que foi o ano passado”, ressaltou o diretor.
O racionamento é uma realidade contínua, desde o ano passado, em Morro Agudo, Orlândia e Barrinha (SP), onde o abastecimento é cortado diariamente por até 12 horas. Em outubro de 2014, 13 cidades eram atingidas pelo problema.
Alencastre alertou ainda que cidades com captação de poços artesianos também não estão livres do problema, uma vez que, com alta demanda de água por conta do calor, elas podem ter sobrecarga de distribuição.
Enquanto isso, a população sofre as consequências imediatas do calor e já começam a pensar em formas de economizar água. “Tempo seco, não está chovendo, preocupa bastante. Ainda mais quando a gente tem filhos. Tem que saber usar a água e economizar. Lavaria menos a calçada, os carros, acumularia mais as roupas para poder lavar”, afirmou a dona de casa Daiana de Assis Rodrigues.