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O motociclista empinou a moto, perdeu o controle da direção e prensou o homem que assistia ao show de acrobacias contra a parede na calçada. O relato é de uma testemunha sobre o momento em que um comerciante de 48 anos foi atropelado durante um encontro de motociclistas em Cândido Rodrigues (SP) no domingo (19). O homem foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Ainda de acordo com a mulher, que prefere não se identificar, o motociclista – amador – não prestou socorro à vítima e fugiu logo após o atropelamento. “A moto vinha subindo empinada, nisso pegou o homem e o prensou contra a parede. Foi muito desespero. Não tinha ambulância, mas rapidamente ligaram e ela chegou rápido. Era muita gritaria, muita gente apavorada”, lembrou.
O atropelamento aconteceu na tarde de domingo, durante um encontro de motociclistas no Parque de Eventos Antônio Aristides Boscheti Neto. O comerciante que morava em Catanduva (SP) assistia ao show de manobras radicais, quando foi atingido pelo motociclista.
Ele foi levado à Unidade de Pronto-Atendimento de Taquaritinga (SP), com lesões na cabeça, mas não resistiu.
Apesar de identificado, o motociclista de 20 anos ainda não se apresentou e também não entregou a moto usada no evento. “Há a necessidade da apresentação dela, bem como de ouvir o autor, que estava conduzindo essa motocicleta, e o organizador do evento, que também vai ter que prestar declarações”, afirmou o delegado Renato Cândido Soares.
O evento tinha alvará da Prefeitura, mas, segundo o delegado, não havia nenhum tipo de proteção que separasse e protegesse o público dos motociclistas – todos amadores.
Ainda de acordo com Souza, quando os investigadores chegaram ao local, restavam apenas as marcas dos pneus no asfalto, pedaços da moto e machas de sangue no chão e na parede. O local também havia sido “lavado” pelos organizadores.
<< Segundo a Polícia Civil, local do atropelamento foi lavado (Foto: Ronaldo Gomes/EPTV)
“Vamos ouvir todas as testemunhas a respeito dos fatos e saber das exigências que são necessárias para este tipo de evento, se foram cumpridas ou não foram. A Polícia [Militar] e a Polícia Civil também não estavam sabendo. São várias irregularidades que precisam ser explicadas”, ressaltou o delegado.
Alvará e policiamento
O prefeito Antonio Cláudio Falchi (PPS) informou, por telefone, que concedeu alvará para realização do encontro e que o Corpo de Bombeiros também vistoriou o local. “Estava tudo certinho. A gente não ia deixar fazer um evento desses, perigoso, sem verificar tudo”, disse.
Em nota, a Polícia Militar confirmou que não tinha conhecimento do evento até ser solicitada para atender a ocorrência. Entretanto, de acordo com resolução da Secretaria dos Negócios da Segurança Pública do Estado de São Paulo, o órgão deveria ter sido notificado com 20 dias de antecedência para que fossem observadas todas as exigências estabelecidas em legislação.
Procurado pelo G1, o organizador do evento, Diego Henrique Leite, não foi encontrado para comentar o caso.
Do G1 Ribeirão e Franca