
O FBI (Polícia Federal dos EUA) tem como uma de suas prioridades para este ano aumentar sua capacidade de monitoramento em tempo real de serviços como Gmail, Google Voice e Dropbox, de acordo com o conselheiro-geral do FBI, Andrew Weissmann.
A revelação foi pela revista Slate em março menos de três meses antes de explodir o escândalo relacionado às atividades de monitoramento da Agência Nacional de Segurança americana (NSA, na sigla em inglês) a partir de documentos vazados porEdward Snowden , ex-técnico da CIA e ex-funcionário de uma prestadora de serviços da NSA.
Segundo a Slate, durante uma conversa American Bar Association, em Washington, Weissmanm expôs alguns dos problemas mais urgentes de segurança nacional e de vigilância americanos. Segundo ele, o auge das redes sociais e de correio eletrônico dificulta cada vez mais controlar a informação transmitida por meio da internet.
O FBI pode interceptar cópias de emails arquivadas sob a Lei de Privacidade de Comunicações Eletrônicas. Apesar disso, disse a Slate, uma norma de 1994, a Lei de Assistência de Comunicações para o Policiamento, faculta ao governo obrigar os provedores de internet a permitir a instalação de ferramentas de vigilância , mas elas não cobrem em tempo real o conteúdo de correio eletrônicos, os serviços na nuvem ou as atividades dos provedores de voz e de mensagens como o Skype.
Google, por meio de declarações de seu porta-voz Chris Gaither, sugeriu já ser possível estabelecer o monitoramente ao vivo de comunicações em qualquer de seus serviços, embora em algumas circunstâncias. “A Lei de Assistência de Comunicações para o Policiamento não se aplica ao Gmail, mas um marco legal mais amplo e anterior chamado ‘Wiretap Act’ pode”, disse.
É importante lembrar que o Gmail estabelece uma comunicação entre o computador do usuário e os servidores do Google pelo SSL e, para que o FBI FBI intercepte essa comunicação, é necessário que a companhia proporcione acesso.
Weissmann afirmou que o FBI quer mais poder para exigir monitoramento em tempo real de todo tipo de comunicações eletrônicas, desde o Dropbox até Gmail e Google Voice, passando inclusive pelos jogos online (“a função do chat no Scrabble”). “Essas comunicações são utilizadas para conversas criminais”, assegurou. A ideia do FBI é aumentar suas capacidades legais para poder obrigar de maneira mais efetiva os provedores de rede.
Por iG São Paulo