A população de Barretos (SP) se reuniu na tarde desta quarta-feira (19) na Praça da Matriz em uma manifestação por melhorias na saúde e no transporte público do município. Segundo a Polícia Militar, duas mil pessoas participaram do protesto, que seguiu até o terminal urbano na Praça Nove de Julho. O itinerário foi combinado entre organizadores do movimento e o comando da polícia, que monitorou o ato. Durante a manifestação, as lojas do centro da cidade permaneceram abertas.
De acordo com José Carlos Firmino, secretário executivo da Associação Comercial de Barretos, a iniciativa em deixar o comércio funcionando normalmente partiu da credibilidade de um ato pacífico. “Acreditamos na nossa população e achamos a manifestação válida. Todas as pessoas têm que se posicionar. É direito, é democracia. Tem que estar colocando seus anseios, suas vontades. Vandalismo não, sem quebra-quebra. Estamos aqui para registrar nossos desafetos, nosso descontentamento”, afirma.
Além dos cartazes com apelo a melhorias em saúde, transporte e educação, os manifestantes carregavam mensagens de repúdio à corrupção e à violência praticada em outros atos em algumas das principais cidades do país. Para a vendedora Ananda Messias Silva, os protestos pelo Brasil mostram que a população resolveu mostrar que não está inerte diante das decisões governamentais.
“Todas as faixas tem um grande propósito. O Brasil todo demorou muito tempo para mostrar a cara e mostrar a insatisfação de todas as pessoas. Realmente está na hora de o Brasil mostrar que tem vontade e que não está satisfeito com tudo o que está acontecendo. A revolução não é por R$ 0,20 [aumento da tarifa de ônibus que chegou a ser anunciado em São Paulo], mas por tudo que já vem acontecendo de errado no país há anos”, diz.
Ruas interditadas
Segundo o coronel da Polícia Militar Luis Henrique Usai, o ato foi pacífico e contou com o apoio da PM na definição do itinerário da passeata – foram interditadas a Rua 8, Avenida 23 e Praça Nove de Julho para que os manifestantes pudessem transitar livremente. “O diálogo com os organizadores do movimento é muito importante. É uma reivindicação, um direito constitucional, e nós estamos aqui para garantir esse direito”, diz.
Do G1 Ribeirão e Franca