Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados peloMinistério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta quarta-feira (20) apontam quatro cidades da região de Ribeirão Preto (SP) entre as dez primeiras no ranking de contratações em São Paulo.
Franca (SP) continua com o melhor desempenho: a cidade encerrou o mês de fevereiro com saldo de 2.353 novos postos de trabalho. Considerando os dois primeiros meses do ano, a capital nacional do calçado soma 5.072 novas vagas.
O presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca, José Carlos Brigagão do Couto, afirma que o resultado pode ser atribuído ao setor calçadista, que está recontratando os funcionários demitidos em dezembro.
“É uma questão sazional. Não significa aumento de produção das indústrias. Mesmo porque, estamos nos mantendo por força do mercado interno e não das exportações. Hoje, estamos produzindo menos que há oito anos, por exemplo, mas tentando manter os funcionários”, explica.
Setor sucroenergético
Outra cidade que ganhou destaque em âmbito estadual é Sertãozinho (SP), que passou do 32º lugar em fevereiro de 2012 – com saldo de 358 contratações – para a 9ª posição no mesmo mês de 2013 – com 1.003 novos postos de trabalho.
A recuperação do setor sucroenergético e, consequentemente, das metalúrgicas que fornecem máquinas para usinas foi crucial para o desempenho positivo, segundo o secretário de Indústria e Comércio de Sertãozinho, Carlos Roberto Liboni.
“No ano passado, os investimentos foram colocados notadamente no campo, nos canaviais deteriorados pela seca. Esse ano, não existe isso, porque os canaviais estão relativamente bem. Então é a hora de cuidar das usinas e oferecer manutenção de equipamentos. Isso movimento o setor metalúrgico”, explica Liboni, destacando que o otimismo do setor pode prorrogar as contratações por mais alguns meses.
Construção civil
Ribeirão manteve a mesma colocação do ano passado, em sétimo lugar no ranking estadual. A cidade fechou o mês de fevereiro com saldo de 1.010 contratações, sendo o setor de serviços o que mais empregou: 638 postos de trabalho.
A construção civil, por outro lado, foi a que apresentou maior queda em relação a 2012. Em fevereiro, foram 25 novas vagas, contra 245 no mesmo período do ano passado – queda de 89,7%.
Os números já eram esperados pela economista Rosalinda Chedian Pimentel, justificando que a oferta de imóveis continua aumentando, enquanto o número de compradores estabilizou. “A bolha da construção parou, já atingiu o seu limite. Agora, estamos dentro de um patamar considerado normal. A tendência é um crescimento vegetativo”, diz.
Penúltima posição
Na penúltima posição do ranking paulista de empregos, Bebedouro (SP) se destaca pelo saldo de 2.210 demissões em fevereiro. O setor que contribuiu para o resultado negativo foi o agropecuário, que demitiu 2.453 trabalhadores com o fim da safra da laranja.
O jornalista professor de administração de empresas Angelo Sastre explica que, apesar de Bebedouro não ser mais considerado polo de citricultura do país, ainda abriga escritórios das principais empresas produtoras de suco de laranja, que acabam dispensando funcionários administrativos no período de entresafra.
“O número alto de demissões não está no campo, mas dentro dos escritórios. Isso não é motivo de preocupação, porque é um cenário que todo ano se repete. Em maio, as contratações voltam a crescer na cidade. É cíclico”, afirma.
Adriano Oliveira
Do G1 Ribeirão e Franca