![O irmão de Mércia, Márcio Nakashima, após Mizael Bispo de Souza ser condenado a 20 anos de prisão, nesta quinta-feira (13) - Marcos Bezerra/Futura Press](https://i0.wp.com/visaoregional.com.br/wp-content/uploads/2013/03/irmaoMercia-300x187.jpg?resize=300%2C187&quality=90&strip=all)
A família de Mércia Nakashima, assassinada em maio de 2010, comemorou a condenação do advogado Mizael Bispo de Souza nesta quinta-feira (14), mas lamentou a pena de 20 anos de reclusão . Do outro lado, a defesa do condenado recorreu da sentença e espera anular o julgamento.
“O mais importante é a condenação”, afirmou o irmão de Mércia, Márcio Nakashima, ao deixar o fórum. “O que pega é a questão da pena, que nos deixa muito triste.” Para o assistente e acusação, Alexandre de Sá Domingues, a família da vítima deixa o julgamento de “honra lavada”, mas “para ela a pena ficou abaixo do esperado”.
O promotor Rodrigo Merli Antunes foi embora ironizando a defesa, afirmando que “não fizeram nem cócegas” e que o tamanho da pena já era esperado por ele: “Não sei se ela é satisfatória, mas foi dentro do esperado. O juiz [Leandro Cano] foi coerente com seus critérios.”
Questionado sobre a reclamação da família, o juiz disse ter usado “sua coerência” para definir a pena. “Não posso utilizar meios externos para não perder minha imparcialidade.” Para o magistrado, “a maior crítica não é a pena, o problema é a efetiva execução dela”.
Ele se refere aos sete anos que Mizael deve permanecer em regime fechado. Depois desse período ele deve deixar a prisão por já ter cumprido um ano de reclusão. “Por ser um crime hediondo, Mizael pode ser solto depois de cumprir 2/5 da pena”.
Anulação do processo
“A sentença não surpreendeu, mas já recorremos”, afirmou Ivon Ribeiro, um dos defensores do acusado. Ele recorreu da sentença, mas pretende fundamentar suas razões e incluir o pedido de anulação do julgamento nos próximos dias. “A apelação também pode conter a nulidade do júri.”
O advogado afirmou que Mizael “ficou um pouco chateado” com o resultado, mas manteve-se consciente. “Nosso cliente esteve em linha direta conosco e nos desautorizou a cogitar sua confissão […] Ele sustenta que não matou a Mércia.”
Após a leitura da sentença, a família de Mércia se abraçou emocionada. Cláudia Nakashima – que apresentou Mizael à irmã – desabou: “Assassino maldito!”, gritou ela, enquanto o pai do condenado, deixava o plenário chorando discretamente. Ontem ele completou 71 anos.
Wanderley Preite Sobrinho iG – São Paulo