O Sindicato dos Sapateiros de Franca (SP) confirmou que dará sequência à greve por um reajuste salarial de 10% nesta segunda-feira (4). A decisão foi tomada pela categoria – que atualmente tem piso de R$ 751,50 por uma jornada de 44 horas semanais – durante assembleia na sexta-feira (1º). De acordo com a organização trabalhista, o objetivo da paralisação é aumentar a adesão dos operários por meio de novas mobilizações nas portas das fábricas e da publicação de uma circular que será distribuída terça-feira (5).
Na primeira semana de protestos, segundo o sindicato, houve adesão de seis mil funcionários. Além do reajuste no salário, os sapateiros insistem no aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 94 para 150 horas, além de benefícios como cesta básica e abono escolar em dinheiro.
A reivindicação dos sapateiros, que começou dia 26, se manteve mesmo depois que o Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca) determinou que as empresas antecipassem um reajuste de 7,5% na remuneração dos trabalhadores em março. O valor corresponde a um aumento real de 0,88% mais 6,63% de INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). O presidente José Carlos Brigagão, no entanto, negou a possibilidade de ampliar a margem do PLR e de oferecer abono escolar em dinheiro em razão de limitações financeiras das fábricas.
Capacidade reduzida
Enquanto empregados e patrões não chegam a um acordo, indústrias de calçado como a do empresário Oscar Carreira operam com capacidade reduzida. Segundo ele, desde que as paralisações começaram metade de seus funcionários parou de trabalhar, o que o obrigou a priorizar pedidos mais urgentes. “Deixamos de produzir 4,5 mil pares e estamos com 50% da capacidade produtiva. Isso não é bom, atrasa as entregas”, disse.
Do G1 Ribeirão e Franca