A Polícia Civil investiga a morte de um aposentado paraplégico, de 54 anos, por suposta omissão de socorro na Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) do bairro Sumarezinho, emRibeirão Preto (SP). Segundo relato de familiares, um médico teria se negado a utilizar um aparelho desfibrilador em João Antônio de Souza durante uma parada cardiorrespiratória na madrugada desta segunda-feira (4).
O auxiliar de serviços gerais Lucas Vieira Barbosa, que é genro da vítima, disse que viu o médico realizando a massagem cardíaca e perguntou à equipe de enfermeiros por que não utilizavam o aparelho, que estava ao lado do leito. “Responderam com a porta fechada na minha cara”, disse.
Barbosa explicou que o sogro foi levado à unidade de saúde por um enfermeiro da família, por volta das 14h, com fortes dores nas costas, na barriga e na cabeça. Souza teria sido medicado com soro e analgésico. “Depois que ele morreu, o médico simplesmente deixou a gente lá, sem falar nada. O pessoal foi bem grosseiro, não deram explicação nenhuma.”
Barbosa revelou que Souza sofreu uma queda e precisou passar por uma cirurgia na coluna há três anos, época em que ficou paraplégico. As dores no local da operação teriam começado em dezembro do ano passado. Em janeiro, segundo o genro, Souza foi levado à UBDS Sumarezinho cinco vezes.
“Ele ficava umas duas horas esperando, depois os médicos receitavam soro e mandavam para casa. Em todas as oportunidades, pedíamos para que ele fosse internado, para que investigassem o motivo da dor, mas sempre falavam que o caso não era grave”, disse Barbosa.
O corpo do aposentado está sendo velado no Velório da Saudade. O genro disse que a família pretende processar a Prefeitura. “Alguém tem que pagar por isso. Não é o primeiro caso, outras pessoas já morreram por omissão desses médicos”, disse.
Outro lado
Em nota, a Secretaria da Saúde informou que Souza recebeu o atendimento pertinente e que o uso do desfibrilador não está indicado em todos os casos de paradas cardiorespiratórias.
Ainda de acordo com a administração municipal, será realizada investigação e revisão dos procedimentos adotados. “Será necessário esclarecer a causa do óbito, não havendo, até o momento, qualquer indício de negligência, imperícia ou imprudência por parte da equipe.”
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