Moradores de Cajuru (SP) denunciaram um suposto cemitério clandestino de animais em uma área de preservação de cerrado que pertence a prefeitura da cidade. A carcaça de um gato encontrado no local havia sido entregue para o Centro de Controle de Zoonoses de Ribeirão Preto (SP) fazer a destinação final, segundo a antiga dona.
O jornalista José Leandro Malaspina recebeu a informação de haviam animais no lugar e quando foi checar encontrou cerca de 200 carcaças, entre elas a de um gato. “Quando nós viemos ver o que a gente podia achar, de onde vinham esses animais – porque de Cajuru era impossível, são muitos animais – nós encontramos um gato com uma coleirinha. Nós tiramos a coleirinha, tinham dois telefones, entrei em contato com a proprietária do gato”, afirmou.
A dona do animal é a estudante Tainá Fernanda Javara que é voluntária de uma ONG em Ribeirão que luta pela proteção dos animais. Ela disse que o gato estava com uma doença incurável e teve que ser sacrificado.
“O veterinário sacrificou [o gato] e a gente teve que pegar o laudo e levamos lá para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e lá eles falaram que iam ou enterrar ou cremar o corpinho. É vergonhoso, decepcionante, porque a gente leva para um lugar tendo a confiança de que lá eles vão dar um jeito e é completamente o oposto. Achei que foi a maior desfeita que já fizeram, para mim e para todo mundo da ONG foi uma desrespeito muito grande fazer isso com o corpinho dele”, diz.
O secretário do Meio Ambiente de Cajuru, Marco Antônio Borges Filho, afirmou que irá procurar a polícia para denunciar o crime ambiental. Ele também disse que irá pedir à prefeitura de Ribeirão Preto informações sobre o caso. Borges afirmou que será feita uma perícia na área para ver se houve contaminação.
“Existem nascentes perto do local, nós vamos fazer uma análise para ver se existe a contaminação, já entramos em contato com o pessoal responsável por esse tipo de coleta e ele vão estar fazendo a coleta e também a descontaminação do local se isso for constatado”, relatou.
Prefeitura de Ribeirão
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribeirão Preto informou que tem contrato com a empresa Núcleo de Gerenciamento Ambiental (NGA) para que ela recolha os animais mortos no CCZ e em clínicas veterinárias da cidade. Pelo contrato, a NGA deveria levar as carcaças para Jardinópolis (SP) onde passariam por um processo de desintoxicação e a destinação final seria o aterro sanitário de Guatapará (SP). A Secretaria de Saúde disse que vai investigar se houve irregularidade por parte da empresa terceirizada.
NGA
A NGA informou que precisa comprovar que fez a pesagem dos animais mortos emGuatapará para receber o pagamento pelo serviço. Segundo a companhia, se as carcaças fossem descartadas em Cajuru, o trabalho não seria remunerado. A empresa também alegou que não tem como comprovar que esses cães e gatos foram deixados no terreno por um caminhão da NGA.
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