Os 60 vagões de trens abandonados no pátio da antiga Estação Ferroviária deBebedouro (SP) viraram moradia para andarilhos e usuários de drogas, segundo moradores da cidade. O problema teve início na década de 90 com o fechamento do local.
Em um dos vagões, até um berço foi encontrado. Outro problema apontado por moradores é que o teto dos containers acumulam água da chuva e viraram criadouros de mosquitos, como o Aedes Aegypt, transmissor da dengue.
“O abandono acontece desde 1997, quando a estação foi fechada. Com o passar do tempo, nós conseguimos revitalizar a estação, com a criação de um museu, mas infelizmente esses vagões foram abandonados aqui. Esse abandono acaba causando inúmeros transtornos para as pessoas que moram perto. Os vagões acumulam água e atraem mosquitos”, explicou Luciano Marcassa, que é colaborador do Museu dos Ferroviários.
Preservação prejudicada
A parte do patrimônio que é preservada virou um espaço cultural. Entretanto, a coordenadora do Museu dos Ferroviários, Neuza de Araújo Lataro, diz que os visitantes reclamam quando veem os vagões abandonados. “Esses vagões estão prejudicando a população. Nós queremos que eles sejam retirados, pois não têm mais utilidade nenhuma. A gente tem vergonha quando as pessoas vêm nos visitar”, concluiu Neuza.
A doceira Priscila Ramos Gomes mora em frente a antiga estação ferroviária e diz que os prejuízos para a população são grandes. “Aparece muito pernilongo e a gente morre de medo dos mosquitos da dengue. Esses vagões perigosos por causa disso”, reclamou a doceira. A dona de casa Sílvia Aparecida da silva diz que tem encontrado muitos animais em casa. “Aperece rato, cobra, barata, aranha”, disse.
Resposta
A assessoria de imprensa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que os equipamentos (vagões) estão sendo catalogados e os que tiverem utilidade, serão doados a outras estações ferroviárias. Já os que não apresentam condições de serem utilizados, devem ser leiloados. Segundo o órgão, foi aberto um leilão em 2012, mas não apareceu nenhum interessado.
A assessoria de imprensa informou ainda que não tem como fazer a retirada dos equipamentos porque não há um local próprio para depositar o material e que eles dependem desses leilões para fazer a retirada.
Do G1 Ribeirão e Franca