O sertanejo universitário fez jus ao apelido e virou objeto de estudo na universidade. Uma matéria publicado no portal G1 mostra dois estudos diferentes que abordam a relação entre as letras do gênero musical e o consumo de álcool no Brasil.
Na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), a mestranda em Letras, Mariana Lioto, catalogou 243 letras de sertanejos que citam bebidas. Os campeões de citações são os veteranos João Carreiro & Capataz, com 19 letras sobre “bebedeira”, e os novos astros João Neto & Frederico, com 17. De 48 artistas famosos do gênero sertanejo estudados por ela, apenas sete não possuíam nenhuma música abordando a temática, e 85% das duplas abordam o assunto em pelo menos uma canção.
Já Francismari Barbi, que faz o curso de especialização em Dependência Química na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é autora do trabalho “A influência das letras de música sertaneja no consumo de álcool” e diz que a música possui um elo estreito e forte com a sociedade e a cultura vigente. “Isso pode contribuir para que as pessoas associem bebida com diversão ou com a ‘cura’ de diversos problemas, principalmente quando é evidenciado este apelo em suas letras”, explica a psicóloga. “Parece que a tarefa de mostrar o lado negativo da substância ficou basicamente a cargo dos técnicos de saúde”.