Seis pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (4) em Ribeirão Preto (SP), suspeitas de envolvimento em um esquema de falsificação de carteiras de habilitação. O grupo, segundo a Polícia Civil, pode ter facilitado o acesso à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por pessoas que se dispunham a pagar de R$ 3 mil a R$ 4 mil para obter o documento sem precisar cumprir os exames exigidos pelo Código Nacional de Trânsito.
Ao todo, dez mandados de prisão temporária e 29 mandados de busca e apreensão foram expedidos. Outros suspeitos foram presos em Osasco (SP), Jandira (SP) e Estiva (MG).
Esquema
A ação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto teve início há seis meses, após o recebimento de uma denúncia anônima. De acordo com o investigador Luís Carlos Hipólito, o primeiro passo para o interessado em obter o documento era procurar uma das autoescolas envolvidas. Em Ribeirão Preto, três estabelecimentos são citados no inquérito.
Em seguida, a pessoa era encaminhada a médicos e psicólogos, mas não era submetida aos exames, já que elas compareciam aos consultórios apenas para registrar as digitais no leitor. Posteriormente, os dados eram encaminhados para Osasco (SP),Jandira (SP) ou São Paulo, onde um operador da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) inseria as informações em uma planilha que apontava a suposta aprovação do futuro condutor nos exames teóricos e práticos. “Os clientes nem chegavam a fazer esses exames”, explica o investigador.
Feita a fraude, as carteiras de habilitação eram transferidas por um despachante para Ribeirão Preto e entregues aos motoristas. Além de emitir as carteiras falsas, a quadrilha também zerava a pontuação das CNHs, desbloqueando as irregularidades do documento para o motorista usá-lo normalmente.
Prisões
Três donos de autoescolas, uma psicóloga credenciada pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran), um auxiliar de despachante e uma secretária foram presos nesta manhã em Ribeirão Preto.
Em Osasco, um funcionário público que operava um terminal do Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), que funcionava em um quartel do Exército da cidade também foi detido.
As outras prisões ocorreram em Jandira (SP) e Estiva (MG).
Segundo a Polícia Civil, os suspeitos responderão pelos crimes de falsidade de documento público, corrupção, inserção fraudulenta de dados e formação de quadrilha.
Do G1 Ribeirão e Franca