
Aos 6 anos de idade, o industrial João Luiz Sverzut – hoje com 67 – tinha duas paixões: a professora da escola da fazenda onde ele morava em Sertãozinho (SP) e o carro que ela dirigia na época, um Ford Roadster 1929. O tempo, porém, mostrou qual era o verdadeiro amor de Sverzut que, meio século depois, conseguiu comprar o carro que tinha o folclórico “banco da sogra” na parte externa traseira e o apelido de “Baratinha”.
O Ford Baratinha custou R$ 35 mil em 2000 e, depois de 12 anos de reformas para deixá-lo igual ao objeto de desejo da infância, vale cerca de R$ 150 mil. Dinheiro que o industrial não faz nenhuma questão de ter nos bolsos.
“Esse eu não vendo, procurei no Brasil inteiro, não vou achar outro assim, ele é igualzinho ao da professora da escola rural”, explica. “Era apaixonado por ela, e também me apaixonei pelo carro”.
Sverzut também faz questão de avisar que a professora Aldenir Rossini, que ainda mora na cidade, continua sendo uma das suas mais importantes lembranças da infância. “Ainda levo flores para ela no Dia dos Professores”.
Colecionadores
O gosto por carros antigos está se tornando uma tradição em Sertãozinho, onde no último domingo (22) cerca de 150 colecionadores promoveram o quarto encontro anual do gênero. Entre os entusiastas do “antiguismo”, alguns se destacam. É o caso do industrial Luiz Carlos Borges, 65 anos. Ele acaba de comprar e mandar trazer dos Estados Unidos o nono carro da sua coleção, um Oldsmobile 1958.
Mustang 1968, Dodge Polara 1966 e o Cadillac 1959 são outras raridades que Borges guarda na garagem. Ele evita revelar quanto o hobby já custou, mas a julgar pelo valor dos carros que passam de R$ 150 mil quando restaurados, é possível calcular que a coleção vale cerca de R$ 1 milhão.
Diferente de Sverzut, que tem uma relação sentimental com o Ford Baratinha, Borges começou a sua coleção por acaso. “Há cinco anos eu passei em Pirassununga (SP) e vi um Chevrolet Impala 1964, comprei, e não teve jeito de parar”.