A Delegacia de Investigações Gerais (DIG), de Franca fechou na tarde de ontem uma empresa de tele marketing que vinha aplicando golpes em proprietários de cartões de crédito. Com um cadastro de mais de 10 mil pessoas, operadores da empresa entravam em contato com as pessoas e ofereciam a recuperação de bônus perdidos pelos usuários, quando na utilização do cartão. Para ter os pontos reativados no cartão, era necessário que o usuário adquirisse a assinatura de uma revista no valor de R$ 740, divididos em 10 parcelas de R$ 74.
Várias pessoas se tornaram vitimas da empresa e procuraram a Polícia. Segundo elas, ao receberem as ligações telefônicas, os atendentes informaram que o cliente havia perdido o prazo para a utilização dos bônus e alem da assinatura da revista, o cliente que concordasse com a negociação seria beneficiado com um GPS, inteiramente grátis. Acreditando que estaria recuperando os bônus e poderia utiliza-los em compras em lojas, informadas pela empresa, o consumidor concordava com a transação. O golpe foi descoberto pela Polícia que esteve no escritório da empresa, localizado na Rua do Comércio no centro de Franca. No momento da abordagem dos investigadores da DIG, oito funcionários foram localizados trabalhando, um casal que administrava a empresa foi conduzido a sede da delegacia.
Com os envolvidos, a Polícia encontrou uma listagem com mais de 10 mil nomes de possíveis clientes e vários documentos que comprovam a ação. A empresa de tele marketing tem sede na cidade de Bauru e era administrada pelo casal.
Investigação
A Polícia Civil investiga a origem da empresa e busca informações se a prática estaria sendo praticada também em outras cidades do estado. Alem de realizarem a venda casada de um produto e não recuperar os bônus dos cartões, como era prometido, existe a suspeita de que com a numeração dos cartões de crédito das vitimas, os responsáveis pela empresa realizaram compras em estabelecimentos comerciais.
Funcionários
Os oito funcionários que estavam trabalhando no escritório foram conduzidos a delegacia e em depoimento afirmaram desconhecer a prática do golpe e relataram que haviam sido contratados para receber um salário de aproximadamente R$ 800, mas que o pagamento estaria sendo feito em R$ 100 por negócios fechados.
“Em 4 dias fechei 6 contratos”, disse uma funcionária que preferiu não se identificar. A Polícia continua nas investigações do caso e pretende descobrir onde os responsáveis pela empresa conseguiram as listagens com os dados pessoais dos proprietários de cartões de crédito.
Possíveis vitimas do golpe estão sendo intimadas a prestar depoimento na DIG. “ Vamos também acionar as operadoras de cartões de crédito, para termos a certeza de que as vitimas foram lesadas”.
Disse o delegado Márcio Garcia Murari, da DIG de Franca. O casal responsável pela administração da empresa foi indiciado por estelionato. Documentos e computadores da empresa foram apreendidos.