
A banda carioca O Rappa, uma das confirmadas para o Festival João Rock neste sábado (23) em Ribeirão Preto (SP), faz seu primeiro show na cidade desde que o grupo deu um tempo para os palcos em dezembro de 2009. Para o guitarrista Alexandre Menezes, mais conhecido como Xandão, o retorno é um momento importante para os músicos, que estiveram presentes no início do festival em 2002.
“A gente participa desde a primeira edição do evento. Começamos juntos. As coisas eram difíceis naquela época, um momento em que os maiores festivais aconteciam no Nordeste”, disse o músico sobre a época em que estouravam canções dos álbuns “Lado B Lado A” (1999) e “Instinto Coletivo” (2001), dentre elas “Me Deixa”, “A Feira” e “Minha Alma”.
Os sucessos fazem parte do repertório que os fãs poderão conferir em Ribeirão e que representarão o Brasil no Lollapalooza de Chicago, EUA, em agosto. “Acho que é um dos shows mais elaborados que a gente já fez. Conseguimos transitar por toda nossa história.”
Para Xandão, a participação do Rappa, única banda nacional no evento dos EUA, é uma oportunidade de mostrar que a música brasileira é bem mais diversificada do que o samba e a bossa nova que consagraram o país no exterior em décadas passadas. “Acho que essa é a nossa máxima: mostrar para eles que o samba é importante, mas que a nova geração tem identidade própria”, disse.
Confira a entrevista com o guitarrista Xandão:
G1 – Como é voltar a Ribeirão Preto para tocar no João Rock?
Xandão – A gente participa desde a primeira edição. Começamos juntos, quando as coisas eram difíceis de acontecer. Foi um momento em que os maiores festivais eram no Nordeste. Foi uma conquista para nós estar participando disso, um festival gigante, fabuloso.
G1 – Como foi a pausa dos palcos para os integrantes da banda?
Xandão – Ficamos dois anos parados, de férias. Foi muito bom para cada um do Rappa, uma banda com 19 anos de estrada que nunca teve essa sapiência. Parar é muito importante para continuar, algo que a gente nunca tinha feito, porque sempre emendávamos um disco no outro, uma história na outra.
G1 – O show em Ribeirão é uma prévia do que vai rolar no Lollapalooza em Chicago?
Xandão – Com certeza. É o melhor show que a gente fez até hoje. A gente gravou o DVD ao vivo e entramos de férias. Voltamos em outubro do ano passado para começar esta turnê. Acho que é um dos shows mais elaborados que a gente já fez. Conseguimos transitar por toda nossa história.
G1 – O que representa para O Rappa ser a única banda brasileira a tocar no festival nos EUA?
Xandão – É muito gratificante, primeiro pelo convite deles. Em segundo lugar, por existir uma coisa muito distante ainda do que é música brasileira para EUA e Europa. Eles ainda acham que a música brasileira é bossa nova e samba e a nossa geração tem outras influências como o manguebeat. Talvez não fossemos uma banda que estivessem esperando. Acho que essa é a nossa máxima: mostrar para eles que o samba é importante, mas que a nova geração tem identidade própria.
G1 – O que pode adiantar sobre o novo disco da banda previsto para este ano?
Xandão – A proposta é fazer o melhor disco possível. É a primeira vez que a gente para pra fazer uma gravação. Mas é muito prematuro dizer. O legal é deixar a coisa inédita. As pessoas vão ter uma leitura nova do nosso trabalho. Nesses dois anos produzi cinco discos e isso vai influenciar no disco.
Rodolfo Tiengo do G1 Ribeirão e Franca