Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, amigo do goleiro Bruno de Souza, suspeito pela morte de Eliza Samudio, disse nesta quarta-feira que o sangue encontrado no carro do jogador de futebol é mesmo de Eliza.
O detento deu a declaração durante uma entrevista para a televisão Assembleia, feita pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o deputado Durval Ângelo (PT). O deputado visitou presos no Anexo I da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, para saber se há tratamento diferenciado entre os pavilhões do presídio. Na visita, Macarrão falou sobre o desaparecimento da ex-namorada de Bruno e afirmou ser inocente. Na entrevista, ele disse que o sangue no carro do jogador de futebol era de Eliza Samudio.
O deputado disse a Macarrão que as provas contra eles são contundentes, mas não perguntou por que o sangue de Eliza estava no carro. A jovem sumiu em junho de 2010, enquanto tentava provar na Justiça que Bruno é pai de seu filho. Bruno foi preso no dia 8 de julho daquele ano, acusado de sequestro e homicídio de Eliza. Macarrão também está detido desde então. Durante a entrevista, Macarrão disse também que pensa em se matar todos os dias e que sente falta da companhia de Bruno na cela da penitenciária.
Ele está em uma ala especial, chamada Seguro, onde ficam detentos que praticaram crimes sexuais ou são ameaçados por outros presos, conformeantecipou o iG. “Meu pior sofrimento é ver o meu irmão ali, do outro lado, sofrendo. Tem um ano que estou nesse inferno, que eu não desejo nem para o meu pior inimigo. Com certeza, se tivesse feito (matado Eliza), falaria. Eu jamais ia acabar com a carreira dele. Jamais. Porque há dezoito anos estamos juntos. Para que eu ia fazer isso? A gente tinha grandes planos na nossa vida que, infelizmente, pelo clamor público, eu acho, infelizmente, do jeito que aconteceu, as coisas, não deram certo”, disse Macarrão. Braço direito de Bruno, Macarrão disse que será medicado com antidepressivos.
Ele contou que o medicamento foi requisitado, mas ainda não chegou à cadeia. “Suicidar a gente pensa todo dia, pagando por uma coisa que eu não cometi, todos me colocam como culpado. Eu não sou nenhum safado, pilantra, que eles falam”, defendeu-se ele, que possui uma tatuagem em referência à Bruno, nas costas. Por conta da tatuagem, afirmou, ele teria sofrido constrangimentos de agentes penitenciários, sendo chamado de “bicha”. “Infelizmente, aqui dentro, eu sou carta marcada.
As coisas para mim são mais difíceis. A marcação em cima de mim é muito grande”, conta ele. Macarrão também contou que há três semanas a família não o visita na prisão. Macarrão ainda admitiu ter conversado com Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, acusado de matar Eliza. “Falamos poucas vezes, por telefone, sobre o filho dele”. Bola, ex-policial, também está preso. A defesa de Bola conta que o ex-policial queria incentivar o filho a jogar futebol. Macarrão seria a ponte entre ele e Bruno para isso.
Fonte: Denise Motta, iG Minas Gerais (Com informações da AE)