A ribeirão-pretana Carmen Lúcia de Freitas Sartore, de 55 anos, as filhas Mariana e Miriam, e a freira, amiga da família, passam bem depois de terem sido feitas reféns por dois sequestradores nesta terça-feira (14), em Brasília, durante aproximadamente seis horas.
Elas estavam em casa, na quadra 711 da Asa Sul, quando foram surpreendidas pelos bandidos. A irmã de Carmen, Angélica de Freitas Penha, que mora em Ribeirão Preto, conversou com ela por telefone logo depois de elas serem libertadas.
Ainda no hospital, Carmen teria dito à irmã que foi ela quem abriu o portão para os criminosos. “Tocaram a campainha e a Carmen abriu o portão. Como a casa passa por obras, ela achou que fosse o pedreiro. Eles entraram na casa e anunciaram o assalto”, explicou.
Segundo Angélica, os bandidos estavam tranquilos. Eles não agrediram ninguém e nem usaram drogas na casa, como chegou a ser mencionado. “Logo que os bandidos entraram, eles começaram a conversar. Em momento algum eles foram violentos ou ameaçaram as meninas de morte. Foram tranquilos e disseram que também eram bastante religiosos”, disse Angélica.
A família em Ribeirão Preto acompanhou tudo pela televisão. Segundo Angélica, o clima de tensão, transmitido pela televisão, não era o mesmo vivido dentro da casa. “A Carmen nos acalmou. Ela disse que conversava o tempo todo com os bandidos. Eles chegaram, inclusive, a dizer que a ação tinha sido um engano”, comentou.
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A polícia foi avisada do sequestro pela esposa de um pedreiro, Maria Lúcia Bianchini. Ela conta que viu os bandidos entrarem na casa, permaneceu quieta e saiu correndo. “Eu ouvi a Carmen abrindo o portão e um rapaz dizendo ‘é um assalto’. Eles entraram em silêncio. Eu desliguei a televisão do quarto, que fica na parte da frente, e fiquei quieta. Eles não entraram. Esperei um pouco. Quando ví que ficou em silêncio, abri a porta do quarto e saí correndo pra rua”.
Já na rua, Maria Lúcia Bianchini viu o marido, que estava trabalhando em cima do telhado. Ele pediu para ela ligar para a polícia, que se tratava de um assalto. O casal, que está em Brasília há menos de uma semana, também é de Ribeirão Preto.
Caso
Os dois sequestradores que fizeram quatro mulheres reféns na manhã desta terça-feira (14), libertaram todas as vítimas e se entregaram após seis horas de negociação, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal. De acordo com a polícia, eles foram levados para a 1ª delegacia de polícia da Asa Sul, onde serão interrogados. Os dois sequestradores já tinha passagem pela polícia. Um deles era foragido da Justiça.
Enquanto ainda negociavam a rendição, os dois homens libertaram duas reféns – uma mulher grávida de seis semanas e uma freira. A grávida foi levada para um hospital e, de acordo com os médicos que a atenderam, ela e o feto passam bem.
Segundo a direção do hospital, ela ouviu pela primeira vez o coração do feto ao fazer um ultrassom. A freira, por sua vez, passou mal ao sair da casa e teve de ser carregada até uma ambulância. Ela era uma hóspede que visitava a família.
A PM identificou os sequestradores como sendo Bruno Leonardo Vieira Cruz, de 29 anos, que estava em liberdade condicional, e Adelino de Souza Porto, de 55 anos. Ele era foragido desde maio de 2010 do Galpão do SIA. Contra ele, havia um mandado de prisão expedido, porque ele não retornou à prisão após receber um indulto de Páscoa.
Negociações e ajuda religiosa
Três negociadores da Polícia Militar participaram da ação pela rendição dos bandidos e a libertação dos reféns. Familiares dos assaltantes foram chamados para ajudar na rendição dos ladrões. A mãe e a irmã de um dos sequestradores auxiliaram a polícia nas negociações.
Mais de 80 policiais militares, civis e bombeiros participaram da operação. As quadras próximas do local do sequestro foram fechadas de manão pela polícia. Até um helicóptero foi usado na operação.
Mais cedo, o frei Ednilson Vaz, da Paróquia Santo Antônio, foi chamado para tentar tranquilizar as reféns durante o sequestro. Ele chegou a falar com uma das pessoas por telefone. “Conversei com os familiares. (…) Me chamaram porque são pessoas que frequentam a paróquia”.
Após o fim do sequestro, o frei afirmou ao G1 que agradeceu pelo fim do sequestro sem feridos. “Graças a Deus tudo terminou bem”.
Fonte: EPTV – Com informações do G1