A morte de um estudante ao sair da universidade em São Paulo colocou em discussão a segurança nos campus em todo o País. Em Ribeirão Preto, a USP recebe cerca de 11 mil alunos e 20 mil visitantes todos os dias e alunos reclamam da falta de segurança próximo à universidade.
A entrada e saída de visitantes são realizadas por três portarias, controladas por identificação. Alguns carros de estudantes e funcionários têm adesivos de cada curso, o que facilita a entrada. Alunos também tem carteirinhas, que são pedidas eventualmente ao entrarem.
Um estudante que não quis se identificar, diz que dentro do campus a segurança é boa, mas nas intermediações é onde existem os problemas. “Muitas pessoas são assaltadas ao irem para a casa a pé. É também comum ficarmos sabendo de assaltos nos pontos de ônibus, principalmente na saída que fica na rua Tenete Catão Roxo”. Ele também disse que é comum o roubo de carros dentro da universidade. “O número de roubos é grande, sei de vários casos”, comentou.
Outro aluno, que também não quis se identificar disse que um amigo já foi baleado ao sair da universidade. “Ele levou um tiro durante uma tentativa de assalto ao carro dele. Fora da faculdade a segurança é ruim, mas dentro tenho medo de andar no campus durante a noite”. Ele também explicou que a entrada e saída pode ser feita por qualquer pessoa. “Os carros tem adesivos, mas que podem facilmente ser copiados. Porém, acho que o assaltante nem se dá ao trabalho de copiá-lo. Qualquer um entra no campus, o espaço é público né? Seria impossível identificar quem é suspeito ou não”, completa.
Em janeiro deste ano, ladrões furtaram a agência bancária que fica no local. A porta de vidro da agência foi arrombada e um isopor foi colocado no teto para evitar que o alarme disparasse e as câmeras de segurança flagrassem a operação. A agência já havia sido furtada em agosto de 2010, quando os assaltantes danificaram uma porta de vidro e as câmeras de segurança. Na época, nenhum suspeito foi preso.
O coordenador do campus da USP Ribeirão, José Moacir Marin, explica que campus tem câmeras nas entradas e em locais estratégicos, inclusive nas Unidades de Ensino. “A segurança no campus é feita por câmeras e agentes de vigilância da Guarda Universitária, que têm função de guarda patrimonial. Sempre que necessário e solicitado, o campus conta com a colaboração da Polícia Militar. Inclusive eles regularmente circulam pela universidade”, diz Marin.
Segundo a assessoria de imprensa da USP, os guardas patrimoniais também monitoram as ruas em torno da universidade, mas a responsabilidade desta ronda não é apenas da instituição e sim da Polícia Militar.
A Polícia Militar se defende dizendo que o número de roubos e furtos no local é baixo. Registrados pelo 3º DP, em áreas próximas à USP, foram dois furtos em janeiro, nenhum em fevereiro, três em março, dois em abril e um em maio. Roubos apenas um em março.
Morte na capital
Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, foi baleado na noite de quarta-feira (18), no estacionamento em frente à faculdade em São Paulo. Ele morreu no local, e o suspeito do crime fugiu. Estudantes da Universidade se reuniram em frente à Faculdade de Economia e Administração (FEA) e pediram mais segurança no campus, que fica na região do Butantã, Zona Oeste de São Paulo.