Três projetos da região de Ribeirão Preto são finalistas do programa Acessa São Paulo, que vai premiar pela 2ª vez iniciativas de inclusão digital. Professores de Orlândia, Pirangi e Taquaritinga inovaram para atrair jovens e idosos para as salas de aula.
Pela primeira vez Aurinha da Silva Bento, de 72 anos, pode ler a própria história. E o que é melhor: publicada na internet. Ela é uma das participantes do projeto de inclusão digital para adultos em alfabetização, em Pirangi. Além de aprender a ler e escrever, a dona de casa aprendeu noções básicas de informática. “Eu nunca tinha aprendido a mexer no computador. Foi a primeira vez e quero continuar aprendendo”, comenta Aurinha.
A ideia partiu da professora Vilma de Oliveira, que levou a proposta para o programa Acessa São Paulo. A consequência foi a criação de um blog, onde cada aluno pôde publicar a própria biografia. “É uma maneira de incluí-los na sociedade e colaborar para o processo de alfabetização desta pessoas”, explica Vilma.
O projeto fez sucesso e hoje é um dos 12 finalistas do prêmio do Acessa São Paulo, que divulgará os finalistas em julho. Outras duas cidades da região de Ribeirão Preto também fazem parte desta lista.
Em Taquaritinga o foco foi o mercado de trabalho. Como muitos jovens que frequentam o Acessa São Paulo estavam desempregados, a responsável pelo local, Jaci Eliana Ozetti, elaborou uma forma de ensinar os adolescentes a usar o computador para buscar as oportunidades. “Prestei muita atenção no que os jovens buscavam no local. Muitos deles só acessam redes sociais. Eles não sabiam o que fazer para buscar uma experiência profissional. Tivemos a ideia de ensinar práticas para conquistarem um emprego”.
Depois de algumas aulas, Cibele Pereira conseguiu uma vaga no comércio da cidade. “Aprendi no curso a montar meu currículo, a ter diferencial profissional, empreendedorismo. Isso tudo me ajudou a procurar um trabalho e conseguir uma colocação profissional”, conta.
Em Orlândia, também uma das cidades finalistas do prêmio, a ideia foi realizar um curso para ensinar os jovens a votar. No ano passado, as eleições tiveram seis candidatos, o que gerou muita confusão para os eleitores.
Pela própria internet, a estudante de 17 anos, Daniele de Carvalho Dantas, simulou a votação e na hora de votar deu tudo certo. “Me sentia muito insegura para votar. Fiz o curso e foi muito bom, cheguei na hora da votação já sabendo o que fazer”, confirmou.
O monitor Lucas Degiovani ajudou na realização do curso. “A eleição foi um pouco complicada, pois haviam muitos candidatos. O curso ajudou quem não tinha experiência a agilizar o processo de votação e deixar o eleitor mais seguro”.