A era dos financiamentos habitacionais, abastecida principalmente pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”, movimenta o setor da construção civil. Mas, se de um lado, há disponibilidade de recursos e de público para adquirir imóveis, do outro, faltam profissionais qualificados e com experiência na área.
A construção civil foi a que mais apresentou crescimento em geração de empregos em Ribeirão Preto, entre março deste ano e de 2010, segundo dados do Caged (Cadastro geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho. O segmento, que admitiu no acumulado do ano cerca de 4 mil trabalhadores, teve uma taxa de 6,56% no período. O percentual é maior que o de serviços – que mais gera empregos em Ribeirão – e da média geral do município, ambos em 1,8%.
Os números favoráveis são resultantes de uma maior procura do consumidor pela compra de imóveis, tanto como uma forma de investimento quanto para se livrar do aluguel, cada vez mais elevado com a especulação imobiliária. Esse cenário, associado às facilidades de financiamento a longo prazo – com subsídios de até R$ 17 mil para famílias com renda de três a seis salários mínimos –, contribui para uma cidade com obras em andamento em diferentes regiões, de novos bairros como Nova Aliança, na zona sul, a regiões mais antigas como o Ipiranga, na zona norte.
A Caixa Econômica Federal já analisa, para este ano, em todo o país, a liberação de aproximadamente R$ 1,5 bilhão para 96 novos empreendimentos. Mas recursos financeiros e demanda de mercado ficam à espera se ninguém “colocar a mão na massa”.
Dos cerca de 180 mil empregos formais de Ribeirão, segundo o Ministério do Trabalho, apenas 7,2% (13 mil pessoas) estão na área. A maior parte dos contratos de trabalho está concentrada em serviços e comércio – 82 mil empregos formais.
Serventes de obras e pedreiros, de longe, são as oportunidades de trabalho de maior fluxo de contratação, de acordo com levantamento do Caged. Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram admitidos 1.401 profissionais para os dois ofícios. Os cargos são algumas das mais comuns portas de entrada para o mercado de trabalho pelo programa Emprega São Paulo.
São empregos que, de um modo geral, remuneram menos que os consagrados em Ribeirão Preto. Enquanto o salário médio de um profissional da construção civil é de R$ 1.294, os de serviços e da indústria são de R$ 1.611 e R$ 1.542.
A falta de profissionais qualificados, mediante os prazos apertados, obriga muitas vezes as construtoras a colocarem pessoal sem experiência para executarem as tarefas, segundo a diretora regional da Secretaria do Trabalho, Rita Ribeiro Vieira. “Eles colocam pessoas para carregarem peso e serem ensinadas”, afirma.
Essa disputa por trabalhadores na construção civil, no entanto, está chegando a um patamar de normalidade, na visão da diretora. “Quando houve o subsídio imobiliário, foi alavancada a construção civil e a necessidade do trabalhador nessa área. Hoje acredito que esta necessidade esteja voltando ao normal”, diz.
SERVIÇO
Poupatempo Ribeirão Preto
Endereço: Avenida Presidente Kennedy, 1500, Nova Ribeirânia
Expediente: de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas; sábado, das 9 às 15h.
Informações: 0800 772 36 33
PAT – Posto de Atendimento ao Trabalhador
Endereço: Rua Floriano Peixoto, 680, Centro
Expediente: de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h
Informações: Secretaria do Emprego
Fonte:EPTV.com