Em fevereiro de 2017, o município de Ribeirão Preto foi responsável por mais da metade das importações da Região Administrativa de Ribeirão Preto (RARP) – 52,7% – e por apenas 9,7% das exportações. Isto decorre do fato da cidade ser um importante centro regional de comércio e serviços e sua economia não depender das exportações que são provenientes, majoritariamente, dos setores industrial e agropecuário.
Os números são do boletim de comércio exterior do mês de março do CEPER/FUNDACE, que traça a evolução da balança comercial do Brasil, do estado de São Paulo, da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), da Região Administrativa de Ribeirão Preto (RARP), de Ribeirão Preto e de Sertãozinho com dados até fevereiro de 2017, obtidos no site AliceWeb, mantido pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
O acompanhamento do CEPER mostra que o saldo da balança comercial de Ribeirão Preto começou a dar sinais de recuperação a partir de janeiro deste ano, após variar negativamente por três meses consecutivos, de outubro a dezembro de 2016.
Região – As exportações da RARP apresentaram em fevereiro de 2017 aumento pelo terceiro mês seguido, como mostra o levantamento. Com a tendência de crescimento das exportações e de queda das importações a partir de 2015, o saldo comercial da região vem aumentado deste então. “O crescimento das exportações decorre, em grande medida, do aumento das exportações do agronegócio, em especial do setor sucroalcooleiro”, analisa o pesquisador do CEPER Luciano Nakabashi, coordenador do boletim Comércio Exterior.
Sertãozinho – O saldo da balança comercial de Sertãozinho, que apresenta magnitude bastante superior ao saldo comercial de Ribeirão Preto, segue oscilando ao redor de 650 e 750 mil dólares desde junho de 2016. “O maior saldo da balança comercial de Sertãozinho é decorrente da vocação do município em exportação agroindustrial, segmento em que o Brasil é mais competitivo no comércio internacional, ao passo que Ribeirão Preto importa muitos itens industrializados de outros países para atender o mercado interno”, explica o pesquisador.
Brasil – O saldo comercial brasileiro acumulado em 12 meses se manteve entre 40 e 50 bilhões de dólares (valores constantes desde 2013), cifras não observadas desde 2008, momento no qual as exportações foram duramente afetadas pelo estouro da crise do Subprime. De janeiro para fevereiro de 2017, o saldo acumulado em 12 meses aumentou em aproximadamente 3 bilhões de dólares o que representa um incremento de 7,3%
São Paulo – A dinâmica do saldo comercial paulista acompanha o caso brasileiro, com a ressalva da diferença de magnitude entre os dois. O saldo estadual se mantém positivo desde setembro de 2016 e, em fevereiro deste ano, atingiu o mesmo patamar de janeiro, em torno de 2 bilhões de dólares.
O saldo acumulado em 12 meses da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), por sua vez, manteve-se negativo desde dezembro de 2007, e estável desde junho de 2016, tendo registrado déficit de 4,67 bilhões de dólares no último mês da análise.
O melhor desempenho da balança comercial do estado, como explica Nakabashi, é resultado da performance positiva do interior diante da recuperação do preço do açúcar no mercado internacional, o que tem proporcionado certo alívio ao setor sucroalcooleiro. “Por outro lado, as exportações da região metropolitana são mais dependentes do desempenho das exportações industriais, que ainda encontram dificuldades frente a uma economia internacional debilitada”, conclui o pesquisador.
O estudo completo do CEPER está disponível no site da Fundace neste link: https://www.fundace.org.br/_
Ceper – O Centro de Pesquisa em Economia Regional foi criado em 2012 e tem como objetivo desenvolver análises regionais sobre o desempenho econômico e administrativo regional do País. Sua criação reúne a experiência de diversos pesquisadores da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto) da Universidade de São Paulo em pesquisas relacionadas ao Desenvolvimento Econômico e Social em nível regional, a análise de Conjuntura Econômica, Financeira e Administrativa de municípios e Gestão de Organizações municipais, entre outros. A iniciativa de criação do Centro foi dos pesquisadores Rudinei Toneto Junior, Sérgio Sakurai, Luciano Nakabashi e André Lucirton Costa, todos da FEA-RP/USP. Os Boletins Ceper têm o apoio do Banco Ribeirão Preto, Stéfani Nogueira Incorporação e Construção, São Francisco Clínicas, Citröen Independance e CM Agropecuária e Participações.
Fundace – A Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) é uma instituição privada sem fins lucrativos criada em 1995 para facilitar o processo de integração entre a FEA-RP e a comunidade. Oferece cursos de pós-graduação (MBA) e extensão em diversas áreas. Também realiza projetos de pesquisa in company além do levantamento de indicadores econômicos e sociais nacionais regionais.