A chegada de um bebê é sinônimo de grandes alterações na rotina da mulher que agora é mãe, tem novas prioridades e passa a enxergar o marido também como pai. Além disso, aquele pequeno ser humano que tanto depende dela pode até dar trabalho, mas a faz derreter a cada novo som ou movimento que faça – e que será devidamente registrado em fotos. Quatro mães contam as dez principais mudanças pelas quais passaram no primeiro ano de vida de seus bebês.
Celular: o novo melhor amigo
Fazer e receber ligações parece perder um pouco a importância. Nessa fase, a função mais usada no aparelho é a câmera fotográfica. “Tudo que o bebê faz é engraçadinho e a gente quer registrar, mas não é sempre que a máquina fotográfica está na bolsa. Um celular com uma boa resolução de imagem ajuda demais nessas horas. Fiz centenas de fotos do primeiro ano de vida da Gabi assim”, diz a decoradora Patrícia Rezende, mãe de Gabriella, 3 anos.
Preocupação noturna
Vai contra o racional, mas se o bebê não chora ou dorme demais, a mãe fica preocupada. “É instintivo”, explica a assistente comercial Flávia Maximino, mãe de Felipe, 1 ano. “Por mais que eu soubesse que o silêncio na babá eletrônica significava que ele estava dormindo tranquilamente, precisava ir até o quarto dele para ver se estava tudo bem”, lembra. Ela avisa que isso passa aos poucos.
Palpites de outras mães
As mães de primeira viagem precisam estar preparadas para conviver com o palpite de outras mulheres. Algumas tentam até ensinar a mãe a carregar o bebê no colo de um jeito que foi bom para elas e seus filhos – mesmo que esta ajuda não tenha sido pedida. A administradora de empresas Luciana Dávila, mãe de Manuela, 4 anos, e de Paulo, 1 ano, passou por isso muitas vezes e afirma: “Não existe certo e errado, as posições se definem naturalmente, com o convívio. O melhor é agradecer e continuar segurando o bebê da maneira mais confortável.”
Sonecas durante o dia
“Sempre ouvi dizer que deveria aproveitar todo soninho do bebê para descansar um pouco”, conta a publicitária Renata Pido, mãe de Rafaela, 1 ano. “O que eu não imaginava é que acabaria cochilando no meio da tarde, por exemplo, coisa que não acontecia até eu ter um bebê. Mesmo com uma porção de coisas para fazer, eu deixava quase tudo de lado para recarregar minha energia porque os primeiros meses são bem cansativos.”
Alimentação saudável para a família toda
Não adianta querer que a criança peça fruta de lanche se ela crescer vendo os pais comendo salgadinho. A família toda passa a ter uma alimentação saudável para dar o exemplo aos pequenos. Na casa de Patrícia foi assim. “O bebê é receptivo a novos sabores, então esta é a fase para criar os bons hábitos. Ele vê uma fruta ou uma verdura, experimenta, gosta e acaba querendo sempre. É mais simples do que muitas futuras mães imaginam”, garante.
O choro do bebê e algumas saias-justas
É impossível prever as reações de um bebê em situações sociais, seja no restaurante ou em uma reunião de família. Quando vem um choro inesperado, haja jogo de cintura, como relata Flávia: “Aconteceu de chegarmos a reuniões de família e ele começar a chorar desesperadamente cada vez que tentavam tirá-lo do meu colo. Não tem muito o que fazer. Só me resta pedir desculpas e esperar que entendam que ele não está sempre a fim de ir com as pessoas.”
Trabalho x vida pessoal
Aprender a separar o trabalho da vida pessoal passa a ser fundamental e um verdadeiro exercício diário com a chegada do bebê. Renata afirma ter criado um escudo para não transmitir possíveis nervosismos do cotidiano para a filha. “O bebê ri se vê a mãe alegre e fica agitado quando a mãe está nervosa. Se há algum problema a ser resolvido no trabalho, ele fica no escritório até ser a hora dele de novo. Existe a mãe e a profissional. Cada uma tem o seu momento”, ensina.
Marido vira pai
A chegada do bebê cria papéis diferentes na família e, preocupada com a responsabilidade de se tornar mãe, a mulher acaba se surpreendendo com o lado pai do marido. Luciana achou a surpresa maravilhosa. “É muito legal vê-lo por esse outro ângulo, respeitar o jeito dele com os bebês”, diz.
Festinhas infantis
Acostumada a ir às festinhas infantis para colocar a conversa em dia com as amigas, Flávia viu seus hábitos em buffets mudarem com a chegada de Felipe. “O bebê precisa de cuidado o tempo todo, mesmo que haja monitores nos brinquedos. Quem é mãe esquece o que é egoísmo e pensa mais no bem-estar do filho do que na própria diversão. As festas deixam de ser para a gente e passam a ser para os pequenos. Bater papo é quase impossível.”
Choro no trabalho
Misto de saudade e sentimento de culpa por não estar mais com o bebê 24 horas por dia, as lágrimas surgem quando você menos espera na volta ao trabalho depois da licença-maternidade. “Os primeiros dias são os piores, a ruptura é muito forte. Eu sofria e chorava mesmo”, revela Renata. “Mas é preciso lidar com isso, tocar a vida. O dia a dia se encarrega de nos deixar mais fortes e, aos poucos, você se acostuma com a nova rotina.”
Raquel Paulino – especial para o iG São Paulo