A jovem indiana de 23 anos vítima de um brutal estupro coletivo em um ônibus em Nova Délhimorreu em um hospital de Cingapura , confirmou a equipe médica que a tratava. “A paciente morreu em paz às 4h45 do dia 29 de dezembro de 2012 ( 18h45 desta sexta-feira em Brasília ). Sua família e autoridades indianas estavam ao seu lado”, diz o boletim do hospital Mount Elizabeth. “O estado de saúde da jovem continuou se deteriorando desde sua internação no dia 27 de dezembro, apesar dos esforços da equipe de especialistas que a atendia”, informa a nota.
A jovem já havia passado por três cirurgias em Nova Délhi antes de ser transferida para Cingapura. De acordo com os médicos, a causa da morte foi dada como falência múltipla dos órgãos causada por severos ferimentos ao corpo e ao cérebro.
Mais cedo, Kelvin Loh, diretor do hospital Mount Elizabeth, havia dito que o estado da jovem continuava muito grave. “A paciente está lutando contra as estatísticas, lutando para sobreviver. A investigação da nossa equipe médica logo que ela chegou ao hospital ontem mostrou que além de uma parada cardíaca, ela também teve infecção no pulmão e no abdômen, além de dano cerebral”, acrescentou.
Protestos nacionais
O ataque, ocorrido há duas semanas, levou a uma série de protestos violentos na Índia , com manifestantes pedindo o fim da impunidade para pessoas acusadas de estupro. Um policial morreu durante um dos incidentes. Seis homens foram presos e dois policiais envolvidos na investigação do caso foram suspensos.
O ministro do Interior da Índia, Sushil Kumar Shinde, disse que o governo decidiu mandar a jovem para o exterior, acatando uma recomendação feita pelos médicos indianos. “Apesar dos melhores esforços dos nossos médicos, a vítima continua em estado crítico, com seu estado de saúde oscilando, o que é uma grande fonte de preocupação para todos nós.”
O governo está tentando conter a indignação da população com novas medidas de punição e prevenção a crimes de estupro. Entre as medidas está o aumento no número de patrulhas noturnas, a checagem de motoristas de ônibus e a proibição de vidros escuros ou cortinas em veículos de transportes público.
O governo também prometeu publicar na internet fotos, nomes e endereços de estupradores condenados pela Justiça. Duas comissões foram estabelecidas – uma para acelerar o julgamento de casos de estupro e outra para examinar os erros cometidos no incidente específico de Nova Délhi.
A jovem havia pego um ônibus com um amigo na região de Dwarka, no sudoeste da cidade, quando foi estuprada pelos passageiros por quase uma hora, espancada com barras de metal e jogada para fora com o veículo ainda em movimento.