A falta de médicos psiquiatras levou o Ambulatório de Saúde Mental de Ribeirão Preto (SP) no bairro Sumarezinho, zona oeste da cidade, a fechar as portas. Segundo a Universidade de São Paulo (USP), parceira da Prefeitura no serviço, as atividades foram encerradas porque a Secretaria Municipal de Saúde descumpriu o acordo que previa a disponibilização dos profissionais.
Com o fechamento do ambulatório, os pacientes atendidos foram transferidos para a unidade do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
Procurada, a Secretaria de Saúde informou, em nota, que houve falta de interesse da USP em continuar com a parceria, mas não comentou a falta de psiquiatras no ambulatório.
De acordo com o coordenador do ambulatório, Alexandre de Souza Cruz, o atendimento ficou comprometido nos últimos anos porque dos três psiquiatras que trabalhavam na unidade, um deles se aposentou, outro pediu demissão e apenas um médico continuou atendendo até pedir desligamento. Apesar disso, de acordo com Cruz, os pacientes continuaram pegando receitas e recebendo medicamentos controlados. “Eles podem ir até a farmácia do Centro de Saúde Escola do posto de saúde da Rua Cuiabá para retirarem os remédios”, afirma.
Cruz diz que participou de várias reuniões, cobrou providências tanto da prefeitura como da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, mas que o fechamento foi inevitável. “Pedi a manutenção dos serviços, mas infelizmente, isso não foi possível. É uma pena, porque esse núcleo gerou várias teses, trabalhos universitários e foi exemplo de integração em assistência em saúde. É uma perda para todos nós.”
O professor da USP e responsável pelo ambulatório, João Terra, afirmou ter participado de encontros com profissionais da prefeitura e que acordos foram firmados, mas que não houve a reposição de novos médicos. “O combinado era oferecer profissionais para que a unidade funcionasse. Se eles se afastassem, haveria a reposição, mas isso não aconteceu. Foram inúmeras reuniões, e eu imaginei que teria uma solução próxima, mas acabou sem nenhuma”, afirma.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou o fechamento do ambulatório se deve à falta de interesse da USP em continuar com a parceria. Em relação à falta de médicos psiquiatras, principal motivo pelo fechamento, a secretaria não comentou o assunto. Segundo a prefeitura, o encerramento das atividades do núcleo não deve trazer prejuízo aos pacientes, já que eles serão atendidos pelo CAPS III, que fica no bairro Ipiranga, na zona norte.
Do G1 em Ribeirão e Franca