Convidados pelo instituto ABCD, alunos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica criaram jogos para tablets e smartphones para ajudar crianças e jovens com dislexia a ler e escrever. Os aplicativos, disponíveis para o sistema operacional Android, já podem ser baixados gratuitamente na Android Market.
A ideia é, com o tempo, aprimorar os aplicativos e torná-los programas para plataformas da Apple e de PCs. “O desafio é fazer com que esses instrumentos sejam disponíveis para todos”, diz Mônica Weinstein, diretora presidente do Instituto ABCD, em evento que faz parte da Semana da Dislexia e premiou o melhor dos projetos, nesta quarta-feira, 10 de outubro.
Para desenvolver os games os estudantes do ITA foram orientados por uma equipe de fonoaudiólogos e neuropsicólogos do instituto. O jogo vencedor, batizado de Aramumo, é uma espécie de palavra cruzada na qual o jogador, depois de ouvir pronunciada a sílaba, deve procurar sua forma escrita representada em uma das diversas bolhas espalhadas pela tela.
Dislexia
As pesquisas na área indicam que pessoas com o transtorno apresentam um funcionamento cerebral diferente. “As regiões relacionadas à linguagem e ao processamento fonológico (a capacidade de discernir sons das letras) são menos estimuladas do que as de pessoas sem dislexia”, explica a neuropsicóloga da Unifesp, Carolina Toledo Piza. Por conta disso é comum entre os disléxicos fazer trocas ortográficas (confundir o “p” com o “b”, por exemplo) e ter dificuldades para a leitura. O que não significa que eles tenham déficit intelectual.
Camilo Gomide – iG São Paulo